Quando uma mulher se torna mãe , seus afazeres são triplicados. Cuidados com a casa, o trabalho secular e mais os cuidados com a criança, tudo isso exige da mulher uma jornada de trabalho inumana. Quando a maternidade é típica o tempo coopera para que essa mulher volte a ter uma jornada de trabalho mais humano, porém quando essa maternidade é atípica isso na maioria dos casos não acontece. A mãe continua com os mesmos afazeres, anos, após anos, e em casos mais graves eles aumentam.
É cultural o cuidado do filho ser responsabilidade da mulher, é ela quem deve abdicar de sua vida para zelar pela vida que concebeu. Nós mulheres carregamos essa missão em nossas entranhas, faz parte de nós. Por isso a maioria das mães acabam deixando o trabalho secular e se dedicando 100% ao filho, porém, essa mãe não deixa de ter necessidades, ela continua a necessitar de cuidados com a saúde, tanto física como psicológica, ela continua sendo mulher e necessita vestir-se, calçar-se, cuidar da sua estética, ela necessita da alimentação e como todo ser humano também necessita socializar. Toda essa demanda requer recursos financeiros, e a minha pergunta é : De onde virá esse dinheiro? É direito o ir e vim, mas como essa mãe sai de casa sem dinheiro?
Nosso país hoje tem como um escape para famílias com pessoas com deficiência, um auxílio social chamado de BPC (Benefício de Prestação Continuada), mas isso só para famílias de baixíssima renda, famílias que vivem em extrema miséria.
Diante da realidade de muitas mães eu defendo um BPC para elas, para mulheres em que o marido tenham renda de até três salários mínimos.
Quando falamos de BPC levamos em conta somente as necessidades da pessoa com deficiência, mas e a mãe? Essa mulher também precisa sair de casa para ir as terapias direcionada a ela e não a criança, essa mulher também precisa sair de casa para se consultar, mas como? O cartão de transporte é para a pessoa com deficiência e acompanhante, se a mãe estiver só ele não pode ser utilizado. Assim a mãe vai deixando pra depois a sua saúde, a sua vida...
Muitas mulheres mesmo tendo um marido sofrem com diversas necessidades, hoje em dia os homens não se sentem mais responsáveis pela mulher, eles não querem mais pagar as despesas dela, mas sim dividir o que resulta em uma vida de humilhações e muitas necessidades para essa mulher.
Precisamos com urgência de políticas públicas que promovam qualidade de vida para essas mães atípicas.

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