Pular para o conteúdo principal

Eu, atípica...



Há muitos olhares e preconceitos sobre uma vida atípica.
Muitos julgam ser uma vida de super herói, onde todos os dias usamos nossos super poderes para realizarmos tarefas que a maioria julga não consegui.Outros porém, nos julgam como pobres coitadas, mulheres que vivem à margem da sociedade, presas em um mundo onde a dor, a doença e o não pode reinam. Mas, será que alguém um dia de fato olhou para nosso dia a dia, para as nossas atitudes? Será que de fato alguém já olhou para nós com empatia?

Tenho ouvido muito a seguinte frase VOCÊ VER NO OUTRO AQUILO QUE HABITA EM VOCÊ! De fato creio que seja isso o que acontece, talvez seja por olhar assim e imaginar que assim seria se você estivesse em meu lugar .Mas tenho uma notícia pra você, VOCÊ ESTÁ NO MEU LUGAR! Exatamente isso. 

Não há nada de incomum em meu viver, travo lutas como você trava para sobreviver a esse mundo sobrecarregado de exigências. 

Acordo todos os dias e tomo o meu café, realizo minhas tarefas diárias, cuidando da casa e das meninas, adoro ler, amo cantar e dançar, almoço, janto, lancho, vou ao cinema, faço caminhada, vou ao shopping, ensino a tarefa as minhas filhas, curto meu esposo, adoro namorá-lo, detesto funk e sofrência, sou simplesmente um ser humano sobrevivendo nessa selva, onde os selvagens são humanos, onde a presa não é alimento, onde o ter é mais importante que o ser. 

Tenho uma vida tão típica como a sua, cheia de altos e baixos como a sua e pra ser sincera isso é que a faz ter sentido, o acordar com  propósito e a certeza que há uma missão para cumprir. 

Imoni Marinho

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A invisibilidade da Mãe Atípica

No momento em que uma mulher se torna mãe atípica ela perde a sua identidade . Ela passa a ser vista como “Mãezinha Especial”, “Escolhida por Deus”, “Guerreira”, “Mãezinha Azul”, incansável, predestinada a uma vida de sofrimento e dor. O seu lado pessoa, que tem desejos, sonhos, aspirações, qualidades e defeitos como qualquer um, é esquecido e ela passa a ser vista como “nós”: a mãe e o filho deficiente. Essa mãe passa a viver uma rotina incansável de terapias, consultas, exames e cuidados com as AVD’s (Atividades de Vida Diária) do seu filho, sendo suas mãos, seus pés, sua voz, sua visão, seus ouvidos. Ela não tem direito a férias e muito menos a cometer erros, resultando em doenças físicas como gastrite, disfunções intestinais, problemas cardíacos entres outros, como também doenças psicológicas, síndrome do pânico, TOC, Síndrome do Pensamento Acelerado, Baixa Autoestima, Depressão que em muitos casos resultam em suicídio. Somos invisíveis para os poderes públicos. Não...

Eu e a maternidade atípica

Eu sou Imoni Marinho, mãe da Juliana, uma linda menina de 11 anos, também conhecida com MÃE INDESISTÍVEL , esse nome veio de um blog que eu fiz quando descobrir que eu era mãe atípica. O nome surgiu da ministração da música da Pastora Ludmila Ferber – Nunca Pare de Lutar. Por ouvir os diversos prognósticos da minha filha e a frase “nunca descobrirão o que ela tem”! Eu decidir ser indesistível! Eu tinha UMA VIDA COMUM , desde moça sonhava com a maternidade, ainda solteira já havia escolhido o nome da minha filha – Júlia, já havia planejado sua vida, nossa vida! Aos 28 anos enfim engravidei, depois de dois anos de casada, o meu sonho enfim estava se realizando e para melhorar eu estava grávida de uma menina. A alegria transbordava em meu ser. Porém, com 34 semanas eu tive pré-eclâmpsia e uma cesária teve que ser feita. Juliana nasceu com 1.350g e 41 cm e desde então NADA MAIS FOI IGUAL ao que era antes. Fui apresentada a um mundo totalmente desconhecido, o mundo ...

Quem cuida da Mãe?

Quando uma mulher se torna mãe , seus afazeres são triplicados. Cuidados com a casa, o trabalho secular e mais os cuidados com a criança, tudo isso exige da mulher uma jornada de trabalho inumana. Quando a maternidade é típica o tempo coopera para que essa mulher volte a ter uma jornada de trabalho mais humano, porém quando essa maternidade é atípica isso na maioria dos casos não acontece. A mãe continua com os mesmos afazeres, anos, após anos, e em casos mais graves eles aumentam.  É cultural o cuidado do filho ser responsabilidade da mulher, é ela quem deve abdicar de sua vida para zelar pela vida que concebeu. Nós mulheres carregamos essa missão em nossas entranhas, faz parte de nós. Por isso a maioria das mães acabam deixando o trabalho secular e se dedicando 100% ao filho, porém, essa mãe não deixa de ter necessidades, ela continua a necessitar de cuidados com a saúde, tanto física como psicológica, ela continua sendo mulher e necessita vestir-se, calçar-se, cui...