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Falando de Prematuridade!

Hoje quero compartilhar com vocês minha experiência com a prematuridade. Já  escrevi muito sobre ser mãe especial, sobre ACC, mas hoje quero falar sobre ser mãe de um prematuro.

Primeiro vou te explicar o que é um prematuro.








duração de uma gravidez é considerada normal, quando o parto se produz entre a 38ª e a 42ª semanas de gestação. Quando os bebés nascem antes das 38 semanas, então estamos perante um bebé prematuro ou também denominado de pré-termo.

 O bebé prematuro caracteriza-se pela imaturidade do seu organismo, tornando-o mais vulnerável a determinadas enfermidades e, também, mais sensível a determinados fatores externos (como sejam a luz e o ruído).

Neste sentido, a prematuridade pode classificar-se, segundo a idade gestacional, da seguinte forma:

Prematuridade Limite: compreende o grupo de bebés nascidos entre a 37ª e a 38ª semanas de gestação;


Prematuridade Moderada: pode ser definida quando o bebé nasce entre 31ª e 36ª semanas;

Prematuridade Extrema: Os recém-nascidos pré-termo extremo, são definidos como aqueles cuja idade gestacional é menor ou igual a 30 semanas, apresentam, como consequência desta maior imaturidade, problemas mais frequentes e mais graves, sobretudo os menores que 27 semanas.
Os médicos afirmam que, abaixo de 27 semanas, o risco de dificuldades neurológicas, como problemas motores, de concentração ou até paralisia cerebral, é de 25%





Um bebé prematuro merece, assim, cuidados redobrados, uma vez que não teve a oportunidade de completar todo o processo de maturação biológico, dentro do útero da mãe.

         Juliana nasceu no limite com 37 semanas, pesava só 1.350g e media 41 cm. Confesso que não foi nada fácil pra mim, era minha primeira gestação, esperava aquele bebê gordinho, cheio de dobrinhas, mas minha realidade foi totalmente diferente. Assim que ela nasceu teve que ser levada para outro hospital, pois a UTI Neo Natal estava lotada na Maternidade onde tinha nascido, porém eu tive que permanecer internada mais 8 dias sem poder vê-la e nem amamentá-la.

            A causa do parto prematuro foi hipertensão. Há outros fatores que levam ao parto prematuro como diabetes e HIV, além dos fatores de risco como tabagismo, uso de drogas e alcoolismo.

            Durante os 8 dias em que estive distante da Ju eu me sentia extremamente deprimida, lembro-me do dia em que meu esposo chegou me abraçando feliz da vida por que nossa linda menina tinha nascido, eu me perguntava linda???

Olha a foto dela assim que nasceu:
Essa foto foi tirada na hora que ela nasceu!
Ela não era linda, era magrela, enrugada, careca, sem cílios e nem cabelos, não parecia um bebê, era muito feia. Fiquei arrasada me sentindo inferior, pois via as mães com seus bebezinhos lindo e fofinhos, e eu sozinha, chorava direto.

            Assim que recebi alta meu esposo me levou para a maternidade onde ela estava, quando a vi na incubadora eu só chorava, chorava muito, pois na minha visão ela não sobreviveria, era muito frágil e pequena.

            O tempo foi passando e a rotina de todos os dias ir a UTI cuidar dela, amamentar me deu uma nova visão e eu pude ver como era linda a minha menina, ela foi ganhando peso e se tornando o bebê mais fofo que eu já tinha visto.

Na encubadora



            
        Ela passou 35 dias na UTI, mas existem bebês que passam meses e meses. Juliana é um dos poucos bebês que sobreviveram a prematuridade. Aqui no Brasil a prematuridade é a 2ª maior causa de morte infantil, atrás só da pneumonia, 9,2 % dos bebês nascem antes do tempo.

“São 15 milhões de bebês nascidos com menos de 37 semanas de gestação no mundo a cada ano, dos quais 1 milhão morre.
Os dados são de um relatório divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Lançado ontem em Nova York, o levantamento mobilizou mais de 40 agências da ONU, ONGs e governos.
          O problema é mais grave em países pobres, especialmente da África ao sul do Saara e da Ásia. Nessas regiões, a taxa de prematuros passa de 12 a cada cem nascidos vivos. Nas nações desenvolvidas, 9% dos bebês nascem antes do período normal de gestação.
           No Brasil, a taxa é de 9,2%, a mesma da Alemanha. No entanto, em números absolutos, o país foi o décimo com mais prematuros entre os 185 listados, com 279,3 mil nascimentos em 2010.
          A líder, Índia, teve 3,519 milhões. A China, segunda colocada, teve quase 1,2 milhão.
            “Em números relativos, o Brasil tem 9,2 prematuros para cada cem nascimentos. É uma taxa intermediária, mas é um sinal de atenção”, 
disse à Folha José Belizan, cientista do Iecs (Instituto de Políticas de Saúde e Efetividade Clínica), da Argentina, que participou da publicação.”
(http://blogsaudebrasil.com.br/2012/05/03/prematuridade-e-2a-causa-de-morte-infantil/)
Os riscos:


Os bebés prematuros estão mal preparados para a vida fora do útero, e podem ter os problemas que se seguem. 

Respiração - devido à imaturidade dos seus pulmões, muitos bebés prematuros sentem dificuldades em respirar, situação denominada síndrome de stress respiratório.

Sistema imunitário - um sistema imunitário pouco desenvolvido e um organismo muito frágil para se defender convenientemente implica risco agravado de infecções.

Regulação da temperatura - a regulação da temperatura de um bebé prematuro é ineficaz e ele terá provavelmente ou muito calor ou muito frio. Tem menor isolamento térmico do que um bebé de termo, por ter gordura subcutânea insuficiente.

Reflexos - um desenvolvimento inadequado dos seus reflexos, sobretudo do reflexo de sucção, cria dificuldades na alimentação. Os prematuros muitas vezes precisam de alimentação por sonda.

Digestão -  O estômago de um bebé prematuro é pequeno e sensível, o que significa que tem mais dificuldades em manter alimentos no estômago, tendo grandes probabilidades de vomitar. A imaturidade do seu aparelho digestivo pode tornar difícil para ele a digestão de proteínas essencias, tornando-se assim necessário dar-lhe sob forma pré-digerida.


            Os bebês prematuros dada a imaturidade que os caracteriza, podem mais facilmente adoecer. O risco associado a esta situação revela-se mais elevado quanto maior foi o grau de prematuridade e menor for o seu peso, muito em particular nos casos em que apresentam um peso inferior a 1500g.

É muito importante que os pais de um bebé prematuro conheçam a patologia própria destes bebés. Para isso é necessário que exista uma boa comunicação entre estes pais e as equipas médicas e de enfermagem que se encontram encarregues de cuidar do bebé. Aos pais deverá ser dada a confiança suficiente, para que possam expor livremente as suas dúvidas e preocupações, assim como, deverão ser criadas todas as condições para que os mesmos possam usufruir do seu bebé, desenvolvendo-se, desta forma, laços afectivos fortes, que tão importantes são para ambas as partes.

Por:

Comentários

  1. ADOREI SEU POST, NO INICIO TEMOS AQUELA ESPECTATIVA NÉ QUANDO ACONTECE ALGO INESPERADO COMO PREMATURO, NOS ASSUSTA BEM.
    BJOS

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  2. Amiga a Emilly nasceu de 37 semanas e 5 dias, mas ela era enorme, puxou o pai, imagino o que passou, como deve ter ficado assustada, insegura...
    Esse post é excelente, vai ajudar muitas outras mamães, vamos divulgar e compartilhar!!
    Beijos!!

    ResponderExcluir
  3. Tenhoo certeza que este post será muito útil para muitas tentantes, gestantes e mamães, enfim parabéns pelo texto amiga!beijos

    ResponderExcluir
  4. Nossa Imoni.. q momentos hein?
    Mas posso ser sincera? q coisinha mais linda ela,
    toda carequinha, delicada. Sempre foi linda!
    Deus abençoe grandemente!
    bjs

    ResponderExcluir

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